1. No
mundo árabe, países governados há décadas por regimes políticos centralizadores
contabilizam metade da população com menos de 30 anos; desses, 56% têm acesso à
internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro e diante da estagnação da
economia, esses jovens incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. Em
meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no
próprio corpo em protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de
manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus libertário começa
a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em seguida o presidente do
Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais — como o Facebook e o Twitter —
ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico.
SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da Liberdade.
IstoÉ Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado).
Considerando
os movimentos políticos mencionados no texto, o acesso à internet permitiu aos
jovens árabes
A)
reforçar a atuação dos regimes políticos existentes.
B) tomar
conhecimento dos fatos sem se envolver.
C)
manter o distanciamento necessário à sua segurança.
D)
disseminar vírus capazes de destruir programas dos computadores.
E) difundir ideias revolucionárias que
mobilizaram a população.
2. A
Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não vai estar aí para sempre. Foi
preciso alcançar toda essa taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros
quadrados ao ano, na última década do século XX, para que uma pequena parcela
de brasileiros se desse conta de que o maior patrimônio natural do país está
sendo torrado.
AB’SABER, A. Amazônia: do discurso à práxis. São
Paulo: EdUSP, 1996. Um processo econômico que tem contribuído na
atualidade para acelerar o problema ambiental descrito é:
A) Expansão
do Projeto Grande Carajás, com incentivos à chegada de novas empresas
mineradoras.
B) Difusão do cultivo da soja com a
implantação de monoculturas mecanizadas.
C)
Construção da rodovia Transamazônica, com o objetivo de interligar a região
Norte ao restante do país.
D)
Criação de áreas extrativistas do látex das seringueiras para os chamados povos
da floresta.
E)
Ampliação do polo industrial da Zona Franca de Manaus, visando atrair empresas
nacionais e estrangeiras.
3. O
Centro-Oeste apresentou-se como extremamente receptivo aos novos fenômenos da
urbanização, já que era praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de
monta, nem outros investimentos fixos vindos do passado. Pôde, assim, receber
uma infraestrutura nova, totalmente a serviço de uma economia moderna.
SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo:
EdUSP, 2005 (adaptado).
O texto
trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O processo econômico
diretamente associa-
do a essa
ocupação foi o avanço da
A)
industrialização voltada para o setor de base.
B)
economia da borracha no sul da Amazônia.
C) fronteira agropecuária que degradou
parte do cerrado.
D)
exploração mineral na Chapada dos Guimarães.
E)
extrativismo na região pantaneira.
4.
TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo:
Nacional, 2009 (adaptado).
O gráfico
relaciona diversas variáveis ao processo de formação de solos. A interpretação
dos dados mostra que a água é um dos importantes fatores de pedogênese, pois
nas áreas
A) de
clima temperado ocorrem alta pluviosidade e grande profundidade de solos.
B)
tropicais ocorre menor pluviosidade, o que se relaciona com a menor
profundidade das rochas inalteradas.
C) de
latitudes em torno de 30o ocorrem as maiores profundidades de solo, visto que
há maior umidade.
D)
tropicais a profundidade do solo é menor, o que evidencia menor intemperismo
químico da água sobre as
rochas.
E) de menor latitude ocorrem as maiores
precipitações, assim como a maior profundidade dos solos.
5. Uma
empresa norte-americana de bioenergia está expandindo suas operações para o
Brasil para explorar o mercado de pinhão manso. Com sede na Califórnia, a
empresa desenvolveu sementes híbridas de pinhão manso, oleaginosa utilizada
hoje na produção de biodiesel e de querosene de aviação.
MAGOSSI, E. O Estado de São Paulo. 19 maio 2011 (adaptado).
A partir
do texto, a melhoria agronômica das sementes de pinhão manso abre para o Brasil
a oportunidade econômica de
A) ampliar as regiões produtoras pela
adaptação do cultivo a diferentes condições climáticas.
B)
beneficiar os pequenos produtores camponeses de óleo pela venda direta ao
varejo.
C)
abandonar a energia automotiva derivada do petróleo em favor de fontes
alternativas.
D)
baratear cultivos alimentares substituídos pelas culturas energéticas de valor
econômico superior.
E)
reduzir o impacto ambiental pela não emissão de gases do efeito estufa para a
atmosfera.
6. Um dos
principais objetivos de se dar continuidade às pesquisas em erosão dos solos é
o de procurar resolver os problemas oriundos desse processo, que, em última
análise, geram uma série de impactos ambientais. Além disso, para a adoção de
técnicas de conservação dos solos, é preciso conhecer como a água executa seu
trabalho de remoção, transporte e deposição de sedimentos. A erosão causa, quase
sempre, uma série de problemas ambientais, em nível local ou até mesmo em
grandes áreas.
GUERRA, A. J. T. Processos erosivos nas encostas.
In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Geomorfologia: uma atualização de bases e
conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007 (adaptado).
A
preservação do solo, principalmente em áreas de encostas, pode ser uma solução
para evitar catástrofes em função da intensidade de fluxo hídrico. A prática
humana que segue no caminho contrário a essa solução é
A) a
aração.
B) o
terraceamento.
C) o
pousio.
D) a
drenagem.
E) o desmatamento.
7. O
fenômeno de ilha de calor é o exemplo mais marcante da modificação das
condições iniciais do clima pelo processo de urbanização, caracterizado pela
modificação do solo e pelo calor antropogênico, o qual inclui todas as
atividades humanas inerentes à sua vida na cidade.
BARBOSA, R. V. R. Áreas verdes e qualidade térmica
em ambientes urbanos: estudo em microclimas em Maceió. São Paulo: EdUSP, 2005.
O texto
exemplifica uma importante alteração socioambiental, comum aos centros urbanos.
A maximização desse fenômeno ocorre
A) pela
reconstrução dos leitos originais dos cursos d’água antes canalizados.
B) pela
recomposição de áreas verdes nas áreas centrais dos centros urbanos.
C) pelo
uso de materiais com alta capacidade de reflexão no topo dos edifícios.
D) pelo processo de impermeabilização do
solo nas áreas centrais das cidades.
E) pela
construção de vias expressas e gerenciamento de tráfego terrestre.
8. O
professor Paulo Saldiva pedala 6 km em 22 minutos de casa para o trabalho,
todos os dias. Nunca foi atingido por um carro. Mesmo assim, é vítima diária do
trânsito de São Paulo: a cada minuto sobre a bicicleta, seus pulmões são
envenenados com 3,3 microgramas de poluição particulada — poeira, fumaça,
fuligem, partículas de metal em suspensão, sulfatos, nitratos, carbono,
compostos orgânicos e outras substâncias nocivas.
ESCOBAR, H. Sem Ar. O Estado de São Paulo. Ago.
2008.
A
população de uma metrópole brasileira que vive nas mesmas condições
socioambientais das do professor citado no texto apresentará uma tendência de
A)
ampliação da taxa de fecundidade.
B) diminuição da expectativa de vida.
C)
elevação do crescimento vegetativo.
D) aumento
na participação relativa de idosos.
E) redução
na proporção de jovens na sociedade.
9.
A imagem
retrata a araucária, árvore que faz parte de um importante bioma brasileiro
que, no entanto, já foi bastante degradado pela ocupação humana. Uma das formas
de intervenção humana relacionada à degradação desse bioma foi
A) o
avanço do extrativismo de minerais metálicos voltados para a exportação na
região Sudeste.
B) a
contínua ocupação agrícola intensiva de grãos na região Centro-Oeste do Brasil.
C) o
processo de desmatamento motivado pela expansão da atividade canavieira no
Nordeste brasileiro.
D) o avanço da indústria de papel e
celulose a partir da exploração da madeira, extraída principalmente no Sul
do
Brasil.
E) o
adensamento do processo de favelização sobre áreas da Serra do Mar na região
Sudeste.
10.
SOBRADINHO
O homem chega, já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato
que dizia que o Sertão ia alagar.
SÁ E GUARABYRA. Disco Pirão de peixe com pimenta.
Som Livre, 1977 (adaptado).
O trecho
da música faz referência a uma importante obra na região do rio São Francisco.
Uma consequência socioespacial dessa construção foi
A) a migração forçada da população
ribeirinha.
B) o
rebaixamento do nível do lençol freático local.
C) a
preservação da memória histórica da região.
D) a
ampliação das áreas de clima árido.
E) a
redução das áreas de agricultura irrigada.
11. Como
os combustíveis energéticos, as tecnologias da informação são, hoje em dia,
indispensáveis em todos os setores econômicos. Através delas, um maior número
de produtores é capaz de inovar e a obsolescência de bens e serviços se
acelera. Longe de estender a vida útil dos equipamentos e a sua capacidade de
reparação, o ciclo de vida desses produtos diminui, resultando em maior
necessidade de matéria-prima para a fabricação de novos.
GROSSARD, C. Le Monde Diplomatique Brasil. Ano 3,
no 36, 2010 (adaptado).
A
postura consumista de nossa sociedade indica a crescente produção de lixo,
principalmente nas áreas urbanas, o que, associado a modos incorretos de
deposição,
A) provoca a contaminação do solo e do
lençol freático, ocasionando assim graves problemas socioambientais, que se
adensarão com a continuidade da cultura do consumo desenfreado.
B)
produz efeitos perversos nos ecossistemas, que são sanados por cadeias de
organismos decompositores que assumem o papel de eliminadores dos resíduos
depositados em lixões.
C)
multiplica o número de lixões a céu aberto, considerados atualmente a ferramenta
capaz de resolver de forma simplificada e barata o problema de deposição de
resíduos nas grandes cidades.
D)
estimula o empreendedorismo social, visto que um grande número de pessoas, os
catadores, têm livre acesso aos lixões, sendo assim incluídos na cadeia
produtiva dos resíduos tecnológicos.
E)
possibilita a ampliação da quantidade de rejeitos que podem ser destinados a
associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, financiados
por instituições da sociedade civil ou pelo poder público.
12. Em
1872, Robert Angus Smith criou o termo “chuva ácida”, descrevendo precipitações
ácidas em Manchester após a Revolução Industrial. Trata-se do acúmulo demasiado
de dióxido de carbono e enxofre na atmosfera que, ao reagirem com compostos
dessa camada, formam gotículas de chuva ácida e partículas de aerossóis. A
chuva ácida não necessariamente ocorre no local poluidor, pois tais poluentes,
ao serem lançados na atmosfera, são levados pelos ventos, podendo provocar a
reação em regiões distantes. A água de forma pura apresenta pH 7, e, ao
contatar agentes poluidores, reage modificando seu pH para 5,6 e até menos que
isso, o que provoca reações, deixando consequências.
Disponível em: http://www.brasilescola.com. Acesso
em: 18 maio 2010 (adaptado).
O texto
aponta para um fenômeno atmosférico causador de graves problemas ao meio
ambiente: a chuva ácida (pluviosidade com pH baixo). Esse fenômeno tem como
consequência
A) a corrosão de metais, pinturas,
monumentos históricos, destruição da cobertura vegetal e acidificação dos
lagos.
B) a
diminuição do aquecimento global, já que esse tipo de chuva retira poluentes da
atmosfera.
C) a
destruição da fauna e da flora, e redução dos recursos hídricos, com o
assoreamento dos rios.
D) as
enchentes, que atrapalham a vida do cidadão urbano, corroendo, em curto prazo,
automóveis e fios de
cobre da
rede elétrica.
E) a
degradação da terra nas regiões semiáridas, localizadas, em sua maioria, no
Nordeste do nosso país.
13.
A nova des-ordem geográfica mundial:
uma proposta de regionalização
Fonte: LÉVY et al. (1992), atualizado.
O espaço
mundial sob a “nova des-ordem” é um emaranhado de zonas, redes e “aglomerados”,
espaços hegemônicos e contra-hegemônicos que se cruzam de forma complexa na
face da Terra. Fica clara, de saída, a polêmica que envolve uma nova
regionalização mundial. Como regionalizar um espaço tão heterogêneo e, em
parte, fluido, como é o espaço mundial contemporâneo?
HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES. C.W. A nova
des-ordem mundial. São Paulo: UNESP, 2006.
O mapa
procura representar a lógica espacial do mundo-contemporâneo pós-União
Soviética, no contexto de avanço da globalização e do neoliberalismo, quando a
divisão entre países socialistas e capitalistas se desfez e as categorias de
“primeiro” e “terceiro” mundo perderam sua validade explicativa. Considerando esse
objetivo interpretativo, tal distribuição espacial aponta para
A) a
estagnação dos Estados com forte identidade cultural.
B) o
alcance da racionalidade anticapitalista.
C) a influência das grandes potências
econômicas.
D) a
dissolução de blocos políticos regionais.
E) o
alargamento da força econômica dos países islâmicos.
14.
Estamos testemunhando o reverso da tendência histórica da assalariação do
trabalho e socialização da produção, que foi característica predominante na era
industrial. A nova organização social e econômica baseada nas tecnologias da
informação visa à administração descentralizadora, ao trabalho individualizante
e aos mercados personalizados. As novas tecnologias da informação possibilitam,
ao mesmo tempo, a descentralização das tarefas e sua coordenação em uma rede
interativa de comunicação em tempo real, seja entre continentes, seja entre os
andares de um mesmo edifício.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e
Terra, 2006 (adaptado).
No
contexto descrito, as sociedades vivenciam mudanças constantes nas ferramentas
de comunicação que afetam os processos produtivos nas empresas. Na esfera do
trabalho, tais mudanças têm provocado
A) o
aprofundamento dos vínculos dos operários com as linhas de montagem sob
influência dos modelos orientais de gestão.
B) o
aumento das formas de teletrabalho como solução de larga escala para o problema
do desemprego crônico.
C) o avanço do trabalho flexível e da
terceirização como respostas às demandas por inovação e com vistas à mobilidade
dos investimentos.
D) a
autonomização crescente das máquinas e computadores em substituição ao trabalho
dos especialistas técnicos e gestores.
E) o
fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes, executivos e clientes com
a garantia de harmonização das relações de trabalho.
15. Na
década de 1990, os movimentos sociais camponeses e as ONGs tiveram destaque, ao
lado de outros sujeitos coletivos. Na sociedade brasileira, a ação dos
movimentos sociais vem construindo lentamente um conjunto de práticas
democráticas no interior das escolas, das comunidades, dos grupos organizados e
na interface da sociedade civil com o Estado. O diálogo, o confronto e o
conflito tem sido os motores no processo de construção democrática.
SOUZA, M. A. Movimentos sociais no Brasil
contemporâneo: participação e possibilidades das práticas democráticas.
Disponível em: http//www.ces.uc.pt. Acesso em: 30 abr. 2010 (adaptado).
Segundo
o texto, os movimentos sociais contribuem para o processo de construção
democrática, porque
A)
determinam o papel do Estado não transformações socioeconômicas.
B)
aumentam o clima de tensão social na sociedade civil.
C) pressionam o Estado para o
atendimento das demandas da sociedade.
D)
privilegiam determinadas parcelas da sociedade em detrimento das demais.
E)
propiciam a adoção de valores éticos pelos órgãos do Estado.
16. O
acidente nuclear de Chernobyl revela brutalmente os limites dos poderes
técnico-científicos da humanidade e as ”marchas-à-ré“ que a ”natureza“ nos pode
reservar. É evidente que uma gestão mais coletiva se impõe para orientar as
ciências e as técnicas em direção a finalidades mais humanas.
GUATTARI, F. As três ecologias. São Paulo: Papirus,
1995 (adaptado).
O texto
trata do aparato técnico-científico e suas consequências para a humanidade,
propondo que esse desenvolvimento
A) defina seus projetos a partir dos
interesses coletivos.
B)
guie-se por interesses econômicos, prescritos pela lógica do mercado.
C)
priorize a evolução da tecnologia, se apropriando da natureza.
D)
promova a separação entre natureza e sociedade tecnológica.
E) tenha
gestão própria, com o objetivo de melhor apropriação da natureza.
17. A
introdução de novas tecnologias desencadeou uma série de efeitos sociais que
afetaram os trabalhadores e sua organização. O uso de novas tecnologias trouxe
a diminuição do trabalho necessário que se traduz na economia líquida do tempo
de trabalho, uma vez que, com a presença da automação microeletrônica, começou
a ocorrer a diminuição dos coletivos operários e uma mudança na organização dos
processos de trabalho.
Revista Eletrônica de Geografia Y Ciências
Sociales. Universidad de Barcelona. No 170(9). 1 ago. 2004.
A
utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras alterações no mundo do
trabalho. Essas mudanças são observadas em um modelo de produção caracterizado
A) pelo
uso intensivo do trabalho manual para desenvolver produtos autênticos e
personalizados.
B) pelo
ingresso tardio das mulheres no mercado de trabalho no setor industrial.
C) pela participação ativa das empresas
e dos próprios trabalhadores no processo de qualificação laboral.
D) pelo
aumento na oferta de vagas para trabalhadores especializados em funções
repetitivas.
E) pela
manutenção de estoques de larga escala em função da alta produtividade.
18.
Subindo morros, margeando córregos ou penduradas em palafitas, as favelas fazem
parte da paisagem de um terço dos municípios do país, abrigando mais de 10
milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
MARTINS, A. R. A favela como um espaço da cidade.
Disponível em: http://www.revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 31 jul. 2010.
A situação
das favelas no país reporta a graves problemas de desordenamento territorial.
Nesse sentido, uma característica comum a esses espaços tem sido
A) o
planejamento para a implantação de infraestruturas urbanas necessárias para
atender as necessidades básicas dos moradores.
B) a
organização de associações de moradores interessadas na melhoria do espaço
urbano e financiadas pelo poder público.
C) a
presença de ações referentes à educação ambiental com consequente preservação
dos espaços naturais circundantes.
D) a ocupação de áreas de risco
suscetíveis a enchentes ou desmoronamentos com consequentes perdas mate- riais
e humanas.
E) o
isolamento socioeconômico dos moradores ocupantes desses espaços com a
resultante multiplicação de políticas que tentam reverter esse quadro.
19.
O açúcar e
suas técnicas de produção foram levados à Europa pelos árabes no século VIII,
durante a Idade Média, mas foi principalmente a partir das Cruzadas (séculos XI
e XIII) que a sua procura foi aumentando.Nessa época passou a ser importado do
Oriente Médio e produzido em pequena escala no sul da Itália, mas continuou a
ser um produto de luxo, extremamente caro, chegando a figurar nos dotes de princesas
casadoiras.
CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil
(1681-1716). São Paulo: Atual, 1996.
Considerando
o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar foi o produto escolhido por
Portugal para dar início à colonização brasileira, em virtude de
No Estado
de São Paulo, a mecanização da colheita da cana-de-açúcar tem sido induzida
também pela legislação ambiental, que proíbe a realização de queimadas em áreas
próximas aos centros urbanos. Na região de Ribeirão Preto, principal polo
sucroalcooleiro do país, a mecanização da colheita já é realizada em 516 mil
dos 1,3 milhão de hectares cultivados com cana-de-açúcar.
BALSADI, O. et al. Transformações Tecnológicas e a
força de trabalho na agricultura brasileira no período de 1990-2000. Revista de
economia agrícola. V. 49 (1), 2002.
O texto
aborda duas questões, uma ambiental e outra socioeconômica, que integram o
processo de modernização da produção canavieira. Em torno da associação entre
elas, uma mudança decorrente desse processo é a
A) perda
de nutrientes do solo devido à utilização constante de máquinas.
B) eficiência e racionalidade no plantio
com maior produtividade na colheita.
C)
ampliação da oferta de empregos nesse tipo de ambiente produtivo.
D) menor
compactação do solo pelo uso de maquinário agrícola de porte.
E)
poluição do ar pelo consumo de combustíveis fósseis pelas máquinas.) o lucro
obtido com o seu comércio ser muito vantajoso.
20. Os
chineses não atrelam nenhuma condição para efetuar investimentos nos países
africanos. Outro ponto interessante é a venda e compra de grandes somas de
áreas, posteriormente cercadas. Por se tratar de países instáveis e com
governos ainda não consolidados, teme-se que algumas nações da África tornem-se
literalmente protetorados.
BRANCOLI, F. China e os novos investimentos na
África: neocolonialismo ou mudanças na arquitetura global? Disponível em:
http://opiniaoenoticia.com.br. Acesso em: 29 abr. 2010 (adaptado).
A presença
econômica da China em vastas áreas do globo é uma realidade do século XXI. A
partir do texto, como é possível caracterizar a relação econômica da China com
o continente africano?
A) Pela
presença de órgãos econômicos internacionais como o Fundo Monetário
Internacional (FMI) e o Banco Mundial, que restringem os investimentos chineses,
uma vez que estes não se preocupam com a preservação do meio ambiente.
B) Pela
ação de ONGs (Organizações Não Governamentais) que limitam os investimentos
estatais chineses, uma vez que estes se mostram desinteressados em relação aos
problemas sociais africanos.
C) Pela
aliança com os capitais e investimentos diretos realizados pelos países
ocidentais, promovendo o crescimento econômico de algumas regiões desse
continente.
D) Pela presença cada vez maior de
investimentos diretos, o que pode representar uma ameaça à soberania dos países
africanos ou manipulação das ações destes governos em favor dos grandes
projetos.
E) Pela
presença de um número cada vez maior de diplomatas, o que pode levar à formação
de um Mercado Comum Sino-Africano, ameaçando os interesses ocidentais.
21. A
consolidação do regime democrático no Brasil contra os extremismos da esquerda
e da direita exige ação enérgica e permanente no sentido do aprimoramento das
instituições políticas e da realização de reformas corajosas no terreno
econômico, financeiro e social.
Mensagem programática da União Democrática Nacional
(UDN) — 1957.
Os
trabalhadores deverão exigir a constituição de um governo nacionalista e
democrático, com participação dos trabalhadores para a realização das seguintes
medidas: a) Reforma bancária progressista; b)Reforma agrária que extinga o
latifúndio; c) Regulamentação da Lei de Remessas de Lucros.
Manifesto do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT)
— 1962. BONAVIDES, P; AMARAL, R. Textos políticos da história do Brasil.
Brasília: Senado Federal, 2002.
Nos anos
1960 eram comuns as disputas pelo significado de termos usados no debate
político, como democracia e reforma. Se, para os setores aglutinados em torno
da UDN, as reformas deveriam assegurar o livre mercado, para aqueles
organizados no CGT, elas deveriam resultar em
A) fim da
intervenção estatal na economia.
B)
crescimento do setor de bens de consumo.
C)
controle do desenvolvimento industrial.
D) atração
de investimentos estrangeiros.
E) limitação da propriedade privada.
22.
Cadeia agroindustrial integrada ao
supermercado
SILVA, E. S. O. Circuito espacial de produção e
comercialização da produção familiar de tomate no município de São José de Ubá
(RJ). In: RIBEIRO, M. A.; MARAFON, G. J. (orgs.). A metrópole e o interior
fluminense: simetrias e assimetrias geográficas. Rio de Janeiro: Gramma, 2009
(adaptado).
O
organograma apresenta os diversos atores que integram uma cadeia agroindustrial
e a intensa relação entre os setores primário, secundário e terciário. Nesse
sentido, a disposição dos atores na cadeia agroindustrial demonstra
A) a
autonomia do setor primário.
B) a importância do setor financeiro.
C) o
distanciamento entre campo e cidade.
D) a
subordinação da indústria à agricultura.
E) a
horizontalidade das relações produtivas.
23. As
migrações transnacionais, intensificadas e generalizadas nas últimas décadas do
século XX, expressam aspectos particularmente importantes da problemática
racial, visto como dilema também mundial. Deslocam-se indivídu- os, famílias e
coletividades para lugares próximos e distantes, envolvendo mudanças mais ou
menos drásticas nas condições de vida e trabalho, em padrões e valores
socioculturais. Deslocam-se para sociedades semelhantes ou radicalmente
distintas, algumas vezes compreendendo culturas ou mesmo civilizações
totalmente diversas.
IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1996.
A
mobilidade populacional da segunda metade do século XX teve um papel importante
na formação social e econômica de diversos estados nacionais. Uma razão para os
movimentos migratórios nas últimas décadas e uma política migratória atual dos
países desenvolvidos são
A) a busca de oportunidades de trabalho
e o aumento de barreiras contra a imigração.
B) a
necessidade de qualificação profissional e a abertura das fronteiras para os
imigrantes.
C) o
desenvolvimento de projetos de pesquisa e o acautelamento dos bens dos
imigrantes.
D) a
expansão da fronteira agrícola e a expulsão dos imigrantes qualificados.
E) a fuga
decorrente de conflitos políticos e o fortalecimento de políticas sociais.
24. Os
biocombustíveis de primeira geração são derivados da soja, milho e
cana-de-açúcar e sua produção ocorre através da fermentação. Biocombustíveis
derivados de material celulósico ou bicombustíveis de segunda geração —
coloquialmente chamados de “gasolina de capim” — são aqueles produzidos a
partir de resíduos de madeira (serragem, por exemplo), talos de milho, palha de
trigo ou capim de crescimento rápido e se apresentam como uma alternativa para
os problemas enfrentados pelos de primeira geração, já que as matérias-primas
são baratas e abundantes.
DALE, B. E.; HUBER, G. W. Gasolina de capim e
outros vegetais. Scientific American Brasil. Ago. 2009, no 87 (adaptado).
O texto
mostra um dos pontos de vista a respeito do uso dos biocombustíveis na
atualidade, os quais
A) são matrizes energéticas com menor
carga de poluição para o ambiente e podem propiciar a geração de novos
empregos, entretanto, para serem oferecidos com baixo custo, a tecnologia da
degradação da celulose nos biocombustíveis de segunda geração deve ser
extremamente eficiente.
B)
oferecem múltiplas dificuldades, pois a produção é de alto custo, sua
implantação não gera empregos, e deve-se ter cuidado com o risco ambiental,
pois eles oferecem os mesmos riscos que o uso de combustíveis fósseis.
C) sendo
de segunda geração, são produzidos por uma tecnologia que acarreta problemas
sociais, sobretudo decorrente do fato de a matéria-prima ser abundante e
facilmente encontrada, o que impede a geração de novos empregos.
D) sendo
de primeira e segunda geração, são produzidos por tecnologias que devem passar
por uma avaliação criteriosa quanto ao uso, pois uma enfrenta o problema da
falta de espaço para plantio da matéria-prima e a outra impede a geração de
novas fontes de emprego.
E) podem
acarretar sérios problemas econômicos e sociais, pois a substituição do uso de
petróleo afeta negativamente toda uma cadeia produtiva na medida em que exclui
diversas fontes de emprego nas refinarias, postos de gasolina e no transporte
de petróleo e gasolina.
25.
Segundo dados do Balanço Energético Nacional de 2008, do Ministério das Minas e
Energia, a matriz energética brasileira é composta por hidrelétrica (80%),
termelétrica (19,9%) e eólica (0,1%). Nas termelétricas, esse percentual é
dividido conforme o combustível usado, sendo: gás natural (6,6%), biomassa
(5,3%), derivados de petróleo (3,3%), energia nuclear (3,1%) e carvão mineral
(1,6%). Com a geração de eletricidade da biomassa, pode-se considerar que
ocorre uma compensação do carbono liberado na queima do material vegetal pela
absorção desse elemento no crescimento das plantas. Entretanto, estudos indicam
que as emissões de metano (CH4) das hidrelétricas podem ser comparáveis às
emissões de CO2 das termelétricas.
MORET, A. S.; FERREIRA, I. A. As hidrelétricas do
Rio Madeira e os impactos socioambientais da eletrificação no Brasil. Revista
Ciência Hoje. V. 45, no 265, 2009 (adaptado).
No Brasil,
em termos do impacto das fontes de energia no crescimento do efeito estufa,
quanto à emissão de gases, as hidrelétricas seriam consideradas como uma fonte.
A) limpa
de energia, contribuindo para minimizar os efeitos deste fenômeno.
B) eficaz
de energia, tomando-se o percentual de oferta e os benefícios verificados.
C) limpa
de energia, não afetando ou alterando os níveis dos gases do efeito estufa.
D) poluidora, colaborando com níveis
altos de gases de efeito estufa em função de seu potencial de oferta.
E) alternativa,
tomando-se por referência a grande emissão de gases de efeito estufa das demais
fontes geradoras.
26. Um dos
processos usados no tratamento do lixo é a incineração, que apresenta vantagens
e desvantagens. Em São Paulo, por exemplo, o lixo é queimado a altas
temperaturas e parte da energia liberada é transformada em energia elétrica. No
entanto, a incineração provoca a emissão de poluentes na atmosfera. Uma forma
de minimizar a desvantagem da incineração, destacada no texto, é
A)
aumentar o volume do lixo incinerado para aumentar a produção de energia
elétrica.
B) fomentar o uso de filtros nas
chaminés dos incineradores para diminuir a poluição do ar.
C)
aumentar o volume do lixo para baratear os custos operacionais relacionados ao
processo.
D)
fomentar a coleta seletiva de lixo nas cidades para aumentar o volume de lixo
incinerado.
E)
diminuir a temperatura de incineração do lixo para produzir maior quantidade de
energia elétrica.
27.
De
acordo com o relatório “A grande sombra da pecuária” (Livestock‘s Long Shadow),
feito pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, o
gado é responsável por cerca de 18% do aquecimento global, uma contribuição
maior que a do setor de transportes.
Disponível em: www.conpet.gov.br. Acesso em: 22
jun. 2010.
A
criação de gado em larga escala contribui para o aquecimento global por meio da
emissão de
A) metano durante o processo de
digestão.
B) óxido
nitroso durante o processo de ruminação.
C)
clorofluorcarbono durante o transporte de carne.
D) óxido
nitroso durante o processo respiratório.
E)
dióxido de enxofre durante o consumo de pastagens.
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